A mulher do
fluxo de sangue foi a pessoa que tocou na orla das vestes de Jesus. Ela pensou
que poderia ser curada sem que Jesus a percebesse. A história da cura da mulher
do fluxo de sangue está registrada nos três Evangelhos Sinóticos (Mateus
9:20-22; Marcos 5:25-34; Lucas 8:43-48).
É
interessante notar que o milagre sobre a mulher do fluxo de sangue ocorreu
quando Jesus estava indo realizar outro milagre. Ele estava a caminho da casa
de Jairo, cuja filha até então estava em estado terminal, quando essa mulher
tocou suas vestes. Saiba mais sobre como foi a ressurreição da filha de Jairo.
Quem era a
mulher do fluxo de sangue?
A Bíblia não
registra o nome da mulher que tinha o fluxo de sangue. Tudo o que se sabe é que
provavelmente ela era uma moradora da cidade de Cafarnaum. Antes de se
encontrar com Jesus, ela já havia sofrido por doze anos de uma hemorragia.
Alguns
estudiosos entendem que o fluxo sanguíneo daquela mulher era constante; já
outros entendem que a hemorragia não era necessariamente constante, mas
certamente era frequente. Então periodicamente ela sofria com a perda excessiva
de sangue.
Seja como
for, aquela hemorragia lhe deixava debilitava fisicamente. Além disso, o fluxo
de sangue também a tornava impura segundo a Lei Mosaica (Levítico 15:19). Dessa
forma, aquela mulher enfrentava uma série de privações religiosas e sociais.
Ela jamais
poderia ir ao Templo em Jerusalém. Tudo o que ela tocava também era visto como
imundo. Diante da Lei Levítica, a cama em que ela dormia, a cadeira que ela se
sentava, as coisas que ela usava e as roupas que ela vestia eram todas imundas.
Qualquer um que a tocasse era considerado imundo.
A Bíblia
também diz que a mulher do fluxo de sangue havia procurado ajuda de todas as
formas. Ela gastou tudo o que tinha com os médicos de sua época. Mas nenhum
tratamento médico resolveu seu problema e sua saúde piorava cada vez mais ao
longo dos doze anos (Marcos 5:25,26). Tudo isso indica a situação desesperadora
daquela mulher. Nos últimos doze anos ela havia vivido na solidão, acompanhada
da vergonha.
Como a
mulher do fluxo de sangue foi curada?
Jesus estava
seguindo por um caminho em Cafarnaum cercado por uma grande multidão. Ele já
havia curado muitas pessoas naquela região, então era natural que as pessoas o
acompanhassem ali. A multidão era tão grande que acabava dificultando sua
caminhada. Eram muitos esbarrões e Jesus caminhava apertado e com dificuldade.
A mulher do
fluxo de sangue viu em Jesus a oportunidade única de sua vida. Ela creu que se
ao menos tocasse em suas vestes sua hemorragia seria estancada. Então ela veio
por de trás da multidão e tocou na orla do vestido de Jesus e imediatamente foi
curada (Marcos 5:29).
Mas a mulher
do fluxo de sangue achou que poderia tocar em Jesus silenciosamente, ser curada
e permanecer anônima. Por causa de sua condição, naturalmente ela não desejava
se expor publicamente. Tão logo que tocou na orla das vestes de Jesus, a mulher
entendeu que havia sido curada. Talvez por um instante ela provavelmente
concluiu que Jesus nunca haveria de percebê-la.
Mas a mulher
do fluxo de sangue estava enganada. Jesus sentiu que alguém havia lhe tocado de
forma diferente. Por isso Ele perguntou: “Quem tocou nas minhas vestes?”
(Marcos 5:30). Os discípulos acharam que a pergunta de Jesus não fazia sentido.
Muitas pessoas estavam tocando o Mestre naquela multidão. Mas Jesus sabia que
alguém lhe havia tocado não apenas com as mãos, mas principalmente com a fé.
Aqui vale
dizer que, como homem, Jesus de fato não sabia quem lhe tinha tocado. Mas como
Deus, Ele sabia que em resposta a um toque de fé, poder curador havia saído
dele.
A confissão
da mulher que tinha um fluxo de sangue.
Então a
mulher que havia sofrido com o fluxo de sangue escutou a pergunta de Jesus e
percebeu que Ele a procurava no meio da multidão. Ela entendeu que não poderia
se esconder. Sua fé oculta seria revelada.
A Bíblia diz
que naquele momento a mulher se aproximou de Jesus temendo e tremendo e lhe
declarou toda a verdade. Aqui é preciso entender que aquela era uma situação
embaraçosa para aquela mulher. De acordo com a cultura de sua época, era
inapropriado que ela ficasse em evidência pública. Além disso, ela sabia que
sua doença a tornava impura e ela não podia tocar em alguém.
Então ela
não sabia exatamente se Jesus iria repreendê-la por causa do que havia sido feito.
Mas mesmo assim ela se prostrou diante de Jesus e lhe contou tudo.
Provavelmente foi nessa hora que ela explicou o sofrimento que havia enfrentado
por doze anos. Mas ao invés de repreendê-la, Jesus a confortou de forma
amorosa. Ele disse: “Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz, e fica livre do
teu mal” (Marcos 5:34).
Com essas
palavras Jesus não apenas garantiu que a saúde da mulher do fluxo de sangue
havia sido restaurada, mas também restaurou sua vida social e religiosa. Agora
aquela mulher poderia finalmente ir em paz.
Lições da
história da mulher do fluxo de sangue
A história
da mulher do fluxo de sangue certamente tem muito a nos ensinar. Em primeiro
lugar, aprendemos que Jesus é a esperança para os desesperançados. Aquela
mulher tinha esgotado todos os seus recursos. Humanamente falando, não havia
mais nada que pudesse ser feito a seu favor.
Ela estava
presa numa solidão terrível. Ela não tinha paz e era refém da agonia. Aos olhos
de todos, a mulher do fluxo de sangue era imunda e não havia esperança de que
ela deixasse aquela posição amaldiçoada. Mas aos olhos Jesus, a mulher
desprezada que sofria com um fluxo de sangue era tão próxima quanto uma filha.
Em segundo
lugar, a história da mulher do fluxo de sangue nos ensina sobre a supremacia da
santidade de Cristo. Pela lógica humana, quando algo impuro tem contato com
algo limpo, o impuro contamina o que é puro. Um copo de água poluída torna sujo
todo um tanque de água potável. Assim, se uma pessoa considerada limpa tivesse
contado com algo imundo, ela também seria considerada impura.
Mas com
Jesus é diferente. Sua pureza é sem igual! Ele próprio é a fonte da genuína
santidade. Quando a mulher do fluxo de sangue lhe tocou Ele não ficou impuro,
ao contrário, foi ela quem ficou pura. Por isso mesmo somente Ele pode
transformar pecadores impuros e imperfeitos em filhos santificados de Deus
dando-lhes vestes brancas como a neve (Apocalipse 3:5; 7:13,14).
Em terceiro
lugar, a história da mulher do fluxo de sangue nos ensina que a fé é um
instrumento para a manifestação do poder de Deus. Através da fé, Cristo a curou
física e espiritualmente. Seu corpo e sua alma tinham sido restaurados. Por
isso Ele disse: “A tua fé de salvou”.
Mas isso não
significa que essa fé era fruto da própria capacidade pessoal daquela mulher.
Muito pelo contrário, o próprio Jesus era a causa dessa fé! Sem Ele a mulher do
fluxo de sangue jamais teria possuído e exercitado tamanha fé (cf. Efésios 2:8;
Hebreus 12:2).
Além disso,
ao enfatizar a fé como o instrumento desse milagre, Jesus automaticamente
tratou de acabar com qualquer tipo de superstição de que sua peça de roupa
teria contribuído para a cura da mulher do fluxo de sangue. Definitivamente
quem cura e restaura é Jesus em resposta à fé, e não um tecido ou qualquer
objeto supostamente místico ou sagrado.
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