terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Acromegalia



Caracterizado pela produção excessiva da hormona do crescimento (GH), este quadro clínico, que resulta na deformação dos ossos nos adultos, pode surgir ainda na infância designando-se por Gigantismo. Nestes casos, ao contrário do que acontece nas faixas etárias mais elevadas, as crianças desenvolvem uma grande estatura. 

A Acromegalia surge, habitualmente, entre os 30 e os 50 anos de idade numa altura em que as placas de crescimento já estão fechadas. Assim, ao contrário do gigantismo, que se caracteriza pelo crescimento anormal dos ossos, a Acromegalia conduz lentamente à sua deformação. Por outro lado, e uma vez que o excesso da hormona do crescimento afeta todos os órgãos e tecidos, estes adquirem um tamanho superior ao normal e tornam-se mais espessos dando origem a várias complicações.

Esta é uma condição rara que atinge, todos os anos, três pessoas em cada 1 milhão.

Causas
Em cerca de 90% dos casos, a produção excessiva da hormona do crescimento resulta de um tumor (benigno) da hipófise, conhecido por adenoma.

Mais raramente, outros tumores raros do pâncreas e dos pulmões podem conduzir à produção de hormonas que estimulam a hipófise a produzir quantidades excessivas da hormona do crescimento.

Sintomas

Maxilar protuberante
Testa saliente
Rugas vincadas
Nariz grande
Lábios grossos
Voz rouca
Transpiração excessiva
Pele oleosa ou acne
Ciclos menstruais irregulares (nas mulheres)
Alterações na visão
Dores de cabeça e articulares
Cansaço
Formigueiro nos membros superiores e inferiores
Insuficiência Cardíaca
Entre 10 a 25% dos casos são afetados pela diabetes. Cerca de 25% dos doentes regista hipertensão arterial e em 80% verifica-se a alteração da glicemia. Pode ainda registar-se o aumento do peito, desinteresse sexual e impotência sexual nos homens.

Estes doentes têm ainda maior probabilidade em desenvolver um tumor (na maior parte dos casos benigno) pólipos no cólon, bócio e aumento da próstata.

Diagnóstico
A Acromegalia é, na grande maioria dos casos, diagnosticada alguns anos após surgirem os primeiros sintomas.

O diagnóstico é confirmado por meio de uma análise ao sangue que confirma os níveis elevados da hormona do crescimento e do fator de crescimento semelhante à insulina 1 (IGF-1).

Pode ser necessário ainda pedir uma tomografia axial computadorizada (TAC) para detetar o crescimento anormal da hipófise.

Tratamento
O tratamento da Acromegalia pode ser feito com a combinação de cirurgia, radioterapia ou com recurso a terapia medicamentosa.

Cirurgia: é considerada para reduzir o tumor que está na origem na Acromegalia. No entanto, estes tumores são frequentemente grandes no momento em que são diagnosticados e a cirurgia não serve, por si só, para curar esta condição. A radioterapia é, nestes casos, utilizada como tratamento complementar, sobretudo se uma quantidade substancial de tumor permanecer após a cirurgia e a Acromegalia persistir.
Radioterapia: a radioterapia envolve o uso de irradiação por supertensão, sendo menos traumática do que a cirurgia. No entanto, esta demora mais tempo a produzir efeitos e pode afetar ainda o tecido normal.
Terapia medicamentosa: com o objetivo de diminuir os níveis de hormona do crescimento, são prescritos alguns medicamentos que bloqueiam ou inibem a produção e secreção desta hormona.

Nenhum comentário:

Postar um comentário